segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Do trono para a cruz:

        A experiência de Isaías no início do seu ministério é magnífica, dentre outras coisas, pelo seguinte fato: ela revela em fortíssima dose a glória de Deus. O Senhor é visto assentado em um alto e sublime trono, representando sua grandeza e domínio sobre tudo o que existe, algo que é até difícil de precisar em palavras. Além disso, há adoração. Perfeita, completa e digna adoração à sua glória, poder, majestade e santidade. Apenas os três primeiros versículos de Isaías são suficientes para nos causar temor e grande assombro a tamanha glória. O que acabou acontecendo a Isaías quando este se deu conta de onde estava e de quem era.

       Nós sabemos que Deus, seus atributos e glória são imutáveis. O que o profeta presenciou – em ínfima proporção, é claro – é eterno. Sempre foi assim e sempre será. Sendo assim, podemos, sem dúvidas, perceber que este acontecimento se repetiu e ficou claro em outras ocasiões. A diferença era o lugar e as pessoas envolvidas, apenas. Sobre essas outras ocasiões, quero frisar duas: o nascimento e crucificação de Jesus, que estão diretamente associadas à glória do Pai.

         O discípulo amado fez uma declaração surpreendente – tanto para mim e você quanto para seus contemporâneos (João 1.14). João faz questão de nos levar à compreensão de que a vinda de Cristo era uma poderosa manifestação da glória de Deus. Aquela mesma noção que Isaías teve, nós podemos ter com esta declaração dele, guardando-se algumas mudanças: do Trono para terra; da posição de honra para a de servo; da glória para o desprezo; da dignidade intrínseca para o anonimato.

          Essas diferenças não impediram João de testemunhar da glória porque, com todas essas mudanças, a Pessoa era a mesma. Sim, o nascimento de Jesus foi uma tremenda manifestação da glória de Deus porque Ele mesmo estava se esvaziando e providenciando eterna redenção (Fp 2; Hb 9). Com exceção da Transfiguração (Lc 9), que nos deu uma ideia de sua eterna Majestade, foi por esses meios que “vimos sua glória”.
         
          No entanto, há algo mais a ser considerado para que tenhamos a completa compreensão da glória do Pai, conforme João teve. O que nos falta é ver, como Jesus via, a fonte de glorificação de Deus. Esta fonte era a Cruz. Chegar ali era o que O sustentava (Jo 4.34), sem que seu olhar se desviasse disso (Jo 12.22-24). Justamente o lugar mais vergonhoso, mais indigno, que nem de longe lembrava a visão tida por Isaías, era o que completaria a glorificação do Pai e que nos garantiria, de uma vez por todas, a remoção dos nossos pecados, nossa justificação, nosso resgate e reconciliação.

          “Agora, pois, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que eu tinha contigo antes que o mundo existisse.” (Jo 17.5.) Como seria possível isto? Pela Cruz. A obra precisava ser consumada; “o fruto do trabalho da sua alma” precisava ser colhido; a satisfação do Pai precisava acontecer. E aconteceu! Nossa dívida foi cancelada; nossos pecados postos sobre Ele; nossa inimizade destruída; um novo e vivo caminho foi aberto e... sua glória irradiada por toda terra – por todo o universo! De fato, nada e em nenhum outro lugar da história glorificou tanto a Deus como o Seu plano de a Si mesmo Se dar por nós, por meio do Seu bendito Filho.

           Do trono para a cruz e agora de volta para a glória: essa foi a trajetória do Cristo de Deus – o próprio Deus! Como resultado, Ele foi exaltado sobre todo trono e reino, tornando-se o único digno de ser reconhecido como Senhor “para a glória de Deus Pai” (Fp 2.11) e único meio pelo qual nós vamos a Deus.

          Não há como negar que Deus não abriu mão de sua glória. Ela sempre se manifestou, mesmo em Jesus completamente esvaziado de sua divindade. Eu me surpreendo e me atemorizo quando tento me colocar no lugar de Isaías, mas muito mais ao me deleitar em tamanho amor que levou Jesus às últimas e terríveis consequências da cruz e em tudo aquilo que ele conquistou por mim ali. Sempre, sempre “para a glória de Deus Pai”.

         Não é em vão que o Novo Testamento nos recomenda a uma vida com Cristo, com divino amor por Ele. Pelo amor de Deus, vá até Ele e deixe-o moldar seu caráter até que sejas ao máximo parecido com o Pai, de maneira que o mundo veja isso! Há riquezas inefáveis advindas da glória do pai, como nos garante Paulo. E estas riquezas somente podem ser possuídas com Cristo em nós, a esperança... da glória (Cl 1.24-27).

::Tiago Lino Henriques
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terça-feira, 5 de julho de 2011

Atmosfera da presença de Deus

Atmosfera da presença de Deus

“[...] e levantou ali um altar ao Senhor”. (Gênesis 13.18.)

Uma vida com Deus é uma vida repleta da atmosfera de adoração. Por onde um servo de Deus passa, mudanças acontecem; o medo vai embora, a tristeza salta de alegria e a vitória vem.

Quando pensei neste tema, lembro-me que estava dentro de um avião. Infelizmente Renato e eu estávamos sentados separadamente, o que fez com que eu me sentisse um pouco insegura. O avião estava prestes a levantar voo e eu estava com muito medo do avião cair, medo de um imprevisto, enfim, mesmo sendo uma serva de Deus senti medo naquele momento. Rapidamente peguei minha Bíblia e comecei a meditar na Palavra de Deus. O medo deu lugar à presença de Deus que encheu meu coração, e feliz, segui voando pensando em Abraão.

A história de Abrãao nos ensina muito sobre a presença de Deus. Numa época que a Bíblia que temos hoje, ainda não existia, Deus falava com seu povo de várias formas, sonhos, face a face, usando pessoas etc. É interessante como Deus continua o mesmo de geração em geração, mas nem sempre agindo da mesma forma. Isso me faz pensar que se quisermos essa presença, precisamos nos habituar a gerar uma atmosfera de adoração, de habitação do Deus vivo dentro da nossa casa. Essa atmosfera precisa ser gerada nos nossos relacionamentos e claro, nos casamentos para que o Senhor nos conduza em tudo, em todas as dificuldades que possam vir.

A vida de Abraão e seu sobrinho Ló é um exemplo do poder desta atmosfera gerada. Quando Ló e Abraão se separaram, Ló foi habitar nas proximidades de Sodoma e Gomorra, uma "Las Vegas" de hoje em dia, a"cidade do pecado". Assim como Abraão, Ló também era um homem que temia a Deus, mas era alguém que não gerou a presença de Deus dentro da sua casa. Enquanto ele morava com sua família perto dessa cidade, Deus avisou para ele que aquela cidade seria destruída. Deus queria salvar toda sua família, mas aos poucos, as coisas mundanas daquela cidade, acabaram entrando em sua casa. O que era errado passou a ser normal. Suas duas filhas se deitaram com ele, o próprio pai, para não deixar sua descendência morrer. Com uma ideia assim, como isto poderia vir de Deus? Com certeza, Deus queria reconstruir essa descendência, mas não assim.

Abraão por sua vez, por todo o lugar que passava, levantava um altar para Deus. Abraão sempre criava um ambiente da presença de Deus. Falar com Deus era comum para Abraão e foi nesse ambiente que nasceu Isaque. Quando Deus pediu Isaque em sacrifício para Abraão, este disse para os seus servos que, tanto ele como seu filho, ofereceriam o sacrifício e adorariam. Feito isto, ambos retornariam (Gn 22.5). Abraão tinha fé em seu coração o suficiente para crer que Deus tinha o melhor para ele, mesmo que para isso, o sacrifício fosse seu próprio filho. Mas ele sabia que tanto ele quanto o filho voltariam juntos para casa.

Ao chegarem no local, Isaque foi quem observou os itens do sacrifício. Ele lembrou ao pai que havia o fogo, a lenha, mas ainda faltava o cordeiro. Isaque conhecia os itens do sacrifício, então, aquela situação para ele era normal. Ele sabia que o pai invocava o Deus vivo, ele sabia o que era cultuar a Deus. Deus espera do seu povo um comportamento como o de Abraão, de obediência e fé. Quando os filhos nascem dentro de um ambiente da atmosfera de Deus, eles observam seus pais. Eles observam que quando os pais buscam a Deus, Deus responde. Eles sabem que os pais têm aonde buscar socorro quando as dificuldades aparecem. Quando estes filhos se casam e passam por problemas, eles fazem como os pais, eles buscam a Deus. Muitos relacionamentos, lares são desfeitos porque não existe uma atmosfera da presença de Deus.

Isaque foi gerado nesta atmosfera, por isto Deus proveu o cordeiro para o sacrifício e guiou Abraão conforme o plano de abençoar todas as famílias da terra. Siga o exemplo que Abraão deixou: gere dentro da sua casa uma atmosfera da presença de Deus.

::Por Jaqueline Santos Sales

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quarta-feira, 11 de maio de 2011

Transformando água em vinho novo


Há uma passagem bíblica que me encanta, refiro-me ao milagre que Jesus realizou numa festa de casamento. Lendo a respeito deste acontecimento deparei-me com uma curiosidade a respeito deste feito. Esse texto está no Evangelho de João, capitulo 2, versos 1 a 12.



O texto já descreve a finalidade dos potes utilizados na execução do milagre (em outras versões podemos encontrar a palavra “talha”), e em algumas Bíblias de estudo há breves relatos a respeito desses potes. Esses potes ficavam em frente às casas, podemos considerar como que um "ritual". Os judeus mais conservadores usavam os potes para cumprir as regras das purificações cerimoniais e nem mesmo num momento de celebração, que era o do casamento na ocasião, esses costumes eram deixados de lado.



Mas o que me chamou a atenção é o fato de que até mesmo numa festa de casamento os judeus honravam – os rituais de purificação. O velho tradicionalismo e religiosidade que mata, e que é maquiado em nossas igrejas! Mas imaginem só: Nosso Senhor Jesus Cristo transformou aqueles potes, símbolos pesados da dispensação antiga, em odres de vinhos, anunciando a chegada das boas novas. Da água usada pelos fariseus para as purificações cerimoniais veio o vinho novo de 1ª qualidade! Se naquela ocasião o tempo da purificação ritual havia passado para dar lugar ao tempo da celebração, imagine se permitirmos que o Senhor faça a mesma coisa com os potes de "nossas casas"? Acredito que seja tempo de celebração para TODOS, mas acima de tudo, deve ser o tempo de prioridade...



Diante das dificuldades, devemos falar primeiramente com o Senhor. Nos momentos felizes, dar exclusividade a Ele... Maria foi até o Mestre. É bem verdade que ela sabia quem Ele era, mas Maria poderia simplesmente avisar diretamente ao responsável pela festa sobre a falta do vinho, mas ela foi até ao Senhor!



Podemos transformar nossa tristeza em alegria aprendendo a priorizar o Senhor e permitindo que Ele transforme a água de nossos potes em vinho novo! Deus merece o melhor, então olhemos para o alvo: JESUS!!!



:: Por Giane S. Santos.
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terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

A oração de Isaque


A oração de Isaque
“Todos se rirão comigo, se alegrarão com o meu milagre.” (Gn 21.6-7.)

Isaque cresceu num ambiente de oração e de adoração. O seu nascimento fora um milagre tremendo, que podia ser comprovado por todos os que fossem à tenda de Abraão. Ali estava Sara, com seus noventa anos, amamentando o pequenino que lhe nascera. Como o Senhor Deus de Abraão era bondoso e fiel! Ele havia prometido ao seu servo um filho e cumpria a sua palavra. O nome do menino traduzia toda a felicidade do casal, Isaque quer dizer “riso”. O casamento de Isaque com Rebeca também foi resultado de oração. Eliézer, o mordomo de seu pai, recebera a incumbência de ir a Padã-Harã buscar-lhe uma esposa idônea, pertencente à família de Abraão. Com tal tarefa, Eliézer sabia que não poderia falhar em sua missão, por isso orou ao Deus de Abraão, e seu próprio Deus. Ele pediu que o Senhor o conduzisse e lhe mostrasse, através de um sinal, qual moça seria a escolhida de Deus para o filho de seu senhor. A moça que tirasse água para ele e também, espontaneamente, se propusesse a dessedentar os camelos da caravana de Eliézer, esta seria a esposa de Isaque. E Rebeca foi aprovada e reconhecida como tal. Um casamento feliz para o filho da promessa. De sua descendência, Deus enviaria ao mundo o salvador da humanidade, o Messias.

Isaque presenciou toda a cena da maior prova de fé de seu pai. O Senhor Deus pediu a Abraão, em holocausto sobre o altar de adoração: a vida de seu filho amado. Isaque percebera que aquela adoração seria diferente de todas as que vira seu pai dedicar a Deus. Ele perguntou pelo cordeiro para o sacrifício, ao subir o monte Moriá, e ouviu a resposta de fé: “Deus proverá para si, meu filho, o cordeiro para o holocausto.” (Gn 22.8.) Abraão não negara ao Senhor o que tinha de mais precioso sobre a terra: o seu filho único, o herdeiro, o que levaria a semente da promessa para o resgate dos homens todos... Abraão estava pronto para oferecer Isaque sobre o altar. Ali estava amarrado e deitado sobre a lenha do altar de pedras toscas. Quando seu rosto foi virado para o lado e Abraão se preparava para imolar o filho, do céu, lhe bradou a voz do Anjo do Senhor, dizendo: “Abraão! Abraão! Ele respondeu: Eis-me aqui! Então lhe disse: Não estendas a mão sobre o rapaz e nada lhe faças; pois agora sei que temes a Deus, porquanto não me negaste o filho, o teu único filho.” (Gn 22.11-12.) Ali, naquele momento, o Deus de Abraão também seria o Deus de Isaque. Ele conhecera o amor, a bondade, a fidelidade, a justiça, a santidade do Deus de seu pai...

Nas experiências dos pais com Deus, os filhos também se tornam verdadeiros adoradores.

Tudo o que fazemos nesta vida repercute em nossa descendência e devemos sempre nos lembrar que estamos escrevendo capítulos de nossa história que ficarão para a posteridade. Devemos ser modelos de vida, como referenciais, para os nossos filhos e para todos os que virão depois de nós... Isaque prosseguiu buscando a Deus em oração e levantando altares de adoração. Ele agia como adorador. Como servo fiel do Deus único e verdadeiro, o Criador dos céus e da terra. Logo após o seu casamento com Rebeca, sua vida devocional de oração se revelou de maneira intensa. Durante vinte anos, Isaque orou para que sua esposa pudesse gerar filhos. E, aos sessenta anos, ele foi pai dos gêmeos: Esaú e Jacó. Vemos Isaque buscando a Face do Senhor nos momentos de decisão e dificuldade. Por exemplo, quando houve fome em Canaã, ele não foi para o Egito, como seu pai, em épocas passadas, mas recebeu a orientação do Senhor para que ficasse em Canaã, na terra de Abimeleque, em Gerar. Ali semeou, em meio à aridez da seca. Uma atitude totalmente “louca” para um agricultor: semear em tempo de ausência de chuva, em plena sequidão. Mas Isaque estava obedecendo ao Senhor. Ele havia buscado sua direção e decidira obedecer ao que Deus lhe ordenasse fazer (Gn 26.12-14). Isaque aprendera o caminho da fé, com seu pai Abraão. O que Deus lhe dissesse para fazer, ele o faria. Para onde Deus o mandasse ir, ele iria. O Deus de Abraão era também o seu Deus, aleluia! A vida de Isaque nos revela o descanso em Deus. Ele amava ao Senhor e sabia que Ele era poderoso para fazer infinitamente mais além de tudo o que pedimos e pensamos... Quando nos propomos a buscar ao Senhor, devemos estar dispostos a obedecer-lhe a voz, mesmo que tudo nos pareça tão estranho ou mesmo “loucura”... O cristão aprendeu a orar com o Senhor Jesus e a confiar inteiramente Nele, dependendo de sua graça para tudo na vida. Portanto, descanse nele, cumpra a sua vontade e fortaleça-se em sua Palavra. Aprenda a entregar tudo sobre o altar da adoração, e coloque ali, também, a sua própria vida. E experimente como é maravilhoso servir e adorar ao Deus de Abraão e de Isaque, ao Deus que se manifesta com o seu poder e nos ensina a olhar para Ele, permitindo que Ele possa suprir as nossas necessidades e nos levar a conhecê-lo mais perto. Vale a pena orar! Vale a pena adorar ao Deus de Abraão e de Isaque! Vale a pena entrar nesta dimensão de vida abundante em Cristo Jesus! Experimente!

:: Por Pra. Ângela Valadão Cintra
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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

As três testemunhas


Jesus nos comissionou a testemunharmos sua palavra e ordenou que fôssemos por todo o mundo pregando o evangelho a toda criatura (Marcos 16.15). Cristo também nos enviou para fazermos discípulos (Mateus 28.19) e nos prometeu que seríamos suas testemunhas (Atos 1.8). O curioso é que, em Atos 1.8, vemos que os discípulos somente se tornariam testemunhas depois que recebessem o poder do Espírito Santo. Em João 3.5, lemos que, além do Espírito, há outra coisa que a testemunha necessita – a água: “Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus”. O próprio João, por sua vez, nos afirma que além do Espírito e da água, há um terceiro elemento fundamental para que alguém possa se tornar uma verdadeira testemunha de Cristo: o sangue. João escreveu o seguinte:

“E três são os que testificam na terra: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito” (1 João 5.8).

João nos ensina que a verdadeira testemunha deve trazer em si esses três elementos: o Espírito, o sangue e a água. Analisemos, portanto, desvendando o original, o que é ser testemunha de Cristo e qual é a sua relação com o Espírito, a água e o sangue.

Em grego, a palavra testemunha é “martureo”, que se relaciona com “martus”, traduzido por “mártir”. Em primeiro lugar, concluímos que a verdadeira testemunha é aquela que está disposta a entregar sua vida pela causa do evangelho. O verdadeiro cristão, aquele que realmente quer atender ao chamado de Cristo, deve ter em si o ardente desejo de anunciar o evangelho, custe o que custar. Isso envolve um sério risco de perseguição e morte. Ser uma testemunha é verdadeiramente perder a vida por Cristo, como está escrito: “Quem quiser, pois, salvar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a vida por causa de mim e do evangelho salvá-la-á” (Marcos 8.35). A verdadeira testemunha não se importa em perder sua vida pelo evangelho, pois ela crê na palavra que diz: “Eu sou a ressurreição e a vida. Quem crê em mim, ainda que morra, viverá” (João 11.25). A verdadeira testemunha vive com esta promessa gravada em seu coração, pois para ele, “viver é Cristo e morrer é lucro” (Filipenses 1.21), porque não é mais ele quem vive, mas Cristo que vive através dele (Gálatas 2.20). Paulo é um excelente exemplo da verdadeira testemunha, pois entregou sua vida e tudo que tinha pela causa do evangelho.

O termo grego “martureo” também se relaciona com “mermera”, que significa “zelo” ou “problema”. Isso porque o cristão que é zeloso é um portador do testemunho de Cristo, e isso gera ódio no inimigo, que tentará por todos os meios eliminar esse emissário da Palavra de Deus. Assim, a testemunha zelosa está sempre gerando problemas para o reino do inimigo e, por isso, vive em constante embate com as trevas.

Jesus já nos havia avisado sobre essa perseguição: “Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós outros, me odiou a mim. Se vós fôsseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; como, todavia, não sois do mundo, pelo contrário, dele vos escolhi, por isso, o mundo vos odeia” (João 15.18-19). Quem vem para Jesus para ser amigo de todos e busca viver uma vida tranquila, está enganado. O descanso é a nossa recompensa, e não o nosso chamado. Nós fomos chamados para arrombar as portas do inferno (Mateus 16.18) e levar cativos aqueles que estão no cativeiro do inimigo (Efésios 4.8). É por isso que a palavra grega para “testemunha” (martureo) também traz a ideia de “estar ansioso” (mermairein), pois o verdadeiro cristão está sempre ansioso por revelar Jesus àqueles que anseiam ardentemente pela revelação dos filhos de Deus (Romanos 8.19). Esse é o verdadeiro cristão. Essa é a testemunha.

Agora, analisemos a função do Espírito, da água e do sangue no chamado da testemunha. O Espírito é aquele que concede poder às testemunhas (Atos 1.8). Esse poder a orientará sobre tudo o que a testemunha deve fazer e por onde ela deve andar. Em hebraico, as palavras “espírito” (ruach), “viajar” (‘arach) e “caminho” (‘orach) estão todas relacionadas, porque o Espírito é o vento que conduz no caminho, como em João 3.8: “O vento sopra onde quer, ouves a sua voz, mas não sabes donde vem, nem para onde vai; assim é todo o que é nascido do Espírito”. O Espírito é quem estabelece o itinerário da testemunha, mostrando-lhe o caminho em que deve andar. Se em hebraico a Lei (torah) é a seta que aponta (yarah) para o caminho (‘orach) e uma pá (rachat) que abre caminho (‘orach), o Espírito (ruach) é aquele que dá poder (koach) à testemunha para que ela possa andar no caminho e brilhar como uma lua (yerach) que reflete a verdadeira luz e traz o aroma (reyach) suave de Cristo (2 Coríntios 2.15). Essa é a capacitação que o Espírito concede à testemunha. 

A água também exerce função especial no ministério da testemunha. Em hebraico, a palavra “água” é “mayim”, relacionada ao mar (yam). O curioso é que a palavra hebraica para água (mayim), na primeira vez que aparece na Bíblia, está associada ao Espírito: “A terra, porém, estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus pairava por sobre as águas” (Gênesis 1.2). Assim, vemos que essas duas testemunhas - o Espírito e a água - estão unidas desde a criação. Isso porque o Espírito conduz a testemunha pelo caminho sobre as águas, assim como Cristo e Pedro, que juntos andaram sobre as águas (Mateus 14.29). Andar sobre as águas significa andar sobre a palavra, pois a água representa a purificação feita pela palavra, como em João 15.3: “Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado”.

Além disso, a água e o Espírito, unidos, representam o novo nascimento, pois como vimos, “quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus” (João 3.5). O novo nascimento nas águas e o batismo com o Espírito faz com que a pessoa deixe de ser um “homem natural” (1 Coríntios 2.14) e se torne um “homem espiritual” (1 Coríntios 2.15). Essa transformação, feita pela união entre água e Espírito, está relatada em Romanos 12.2: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”.

Após receber o Espírito e a água, a testemunha tem acesso à verdadeira vontade de Deus. Aquele que é nascido através da vontade de Deus (João 1.13) tem acesso à vontade de Deus e descobre que a vontade do Senhor é a santificação (1 Timóteo 4.3), e aprende que quem faz a vontade do Eterno permanecerá para sempre (1 João 2.17). Isso porque a vontade de Deus é que todos sejam salvos (1 Timóteo 2.4). Andar sobre as águas, através do Espírito, significa, portanto, conhecer e viver a vontade de Deus.

A palavra “água”, na verdade, aparece não somente no segundo versículo da Bíblia, mas no primeiro. Quando lemos em Gênesis 1.1 que Deus criou os “céus” e a terra, o termo traduzido por “céus” é “shamayim” que pode ser lido como fruto da união entre as palavras “fogo” (‘esh) e “água” (mayim). Ou seja, em hebraico, o céu é o local da habitação do fogo e da água. Assim, quando a testemunha recebe o Espírito, que sempre é acompanhado pelo fogo (Mateus 3.11), e a água, ela se torna um cidadão celestial, um embaixador (Efésios 6.20) da Nova Jerusalém. Espírito, fogo e água fazem da testemunha um fiel portador das coisas do alto.

Andar sobre as águas também significa andar sobre o desconhecido. Ainda que houvesse pescadores entre os judeus, o mar era um lugar desconhecido e temido na cultura judaica. Isso fica claro quando vemos a semelhança entre os termos hebraicos “mayim” (“água”), “yam” (“mar”), “ayom” (“terror”, “medo”), “eymah” (“horror”, “pânico”), “eymiym” (“terrores”, também nome de uma tribo cananeia composta por gigantes citada em Deuteronômio 2.10). A água, portanto, faz com que a testemunha vença o medo do desconhecido e passe a viver o sobrenatural de Deus.

Voltando a Gênesis 1.2, veremos que o Espírito pairava sobre as águas, e abaixo das águas havia o abismo. Quando o Espírito nos conduz a andar sobre as águas, nós cruzamos o abismo que há entre a morte e a vida. Esse abismo só pode ser cruzado antes da morte, para aqueles que receberam a salvação de Cristo. Após a morte, este abismo não pode ser cruzado, como Jesus nos ensinou na parábola do rico e Lázaro (Lucas 16.20-31).

Os bruxos que seguem os escritos de Aleister Crowley, o maior satanista do século XX, utilizam a “árvore da vida” da cabala como forma de seguir uma iniciação esotérica até cruzarem o abismo, quando passam a ter plena comunhão com os demônios. Veja como o inimigo está sempre querendo imitar as coisas de Deus e corromper as verdades bíblicas. É impossível cruzar o abismo sem caminhar sobre a água da palavra e ser conduzido pelo Espírito Santo. Quando o bruxo “cruza o abismo”, sua vida passa a ser completamente dominado por demônios. Quando a testemunha de Cristo cruza o abismo, ela se torna um com Jesus.

Por fim, há o sangue. Se em grego sangue é “aima”, em hebraico é “dam”, palavra que tem um gama de significados, cada um expressando uma verdade espiritual. Em hebraico, “sangue” (dam) se relaciona com “Adão” (‘adam) e com “semelhança” (demuth), a mesma palavra usada em Gênesis 1.16, onde se lê que o homem foi feito à semelhança de Deus. Assim, quando a testemunha recebe o sangue (dam), ela retorna ao estado de Adão (‘adam) antes da queda, tornando-se semelhante (demuth) a Deus. Ela se torna parecida com Cristo, assim como um filho que se parece com seu pai. Recebe o poder de ser feito filho de Deus, pois crê no seu nome (João 1.12) e permanece em Cristo (João 15.5), cumprindo seus mandamentos (João 14.15). Sem o sangue (dam) o cristão é cortado (demiy), fica mudo (damam), pois não consegue pregar a Palavra. Com o sangue, o Cristão está vivo, pois a vida está no sangue (Levítico 17.11).

O sangue nutre as células, protege o corpo, retira as impurezas, transporta hormônios e regula a temperatura. Assim também o sangue de Cristo nutre a testemunha, a protege, limpa e não permite que se esfrie. É uma capacitação para a verdadeira testemunha de Cristo.

Que você possa ser capacitado por Cristo para se tornar uma testemunha fiel da verdade do Evangelho e da soberana vocação de Cristo (Filipenses 3.14), em Nome de Jesus!
::Daniel Lago

Jornalista formado pela UFRJ, doutor em Linguística pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e professor de Filosofia da Educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tendo estudado hebraico na Sinagoga ARI, em Botafogo – RJ.


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sábado, 8 de janeiro de 2011

Lâmpada ou Estrela?

(Mateus 4.8-10)                      
Aproveitando os dias de férias, fomos, eu, minha filha e dois amigos ao Mirante na Praça do Papa, um dos belos lugares de Belo Horizonte. Ficamos lá, parados, em silêncio por um tempo, olhando para baixo, para todas as luzes que a cidade apresentava. Luzes coloridas que piscavam freneticamente como uma corrente sanguínea escorrendo feito um rio amarelo e vermelho. Uma cidade viva, pulsando com todo o seu brilho cheio de glória. Milhares de carros iam e vinham, prédios e suas luzes, anúncios e propagandas, tudo mostrava uma cidade que não para na busca de mais brilho. Insaciável.
               
No deserto, Jesus foi levado a um alto monte de onde o diabo lhe mostrou toda a glória do mundo, todas as luzes e brilho, e lhe ofereceu tudo, se Ele o adorasse. Como sempre, o diabo mostrou a direção errada, ele mostrou o chão. Tudo o que ele pode mostrar, o que pode oferecer, só pode ser visto olhando para baixo, toda glória caída foi posta diante de Jesus, o preço era simplesmente curvar-se a ele. Fácil e barato? Puro engano. 
Lá no Mirante, tirei os meus olhos das luzes da cidade. Mudei a direção do meu olhar. Olhei para cima, para o alto, para as estrelas, contemplei o que foi feito pelas mãos de Deus e que não pode ser tocado de forma natural. Depois de ficar apreciando a grandeza de Deus, olhei novamente as luzes ilusórias da cidade. De cima daquele monte, então a pergunta foi feita: para onde olhar? Para o temporal ou para o Eterno? Para o que se apaga ao amanhecer ou para a luz que nunca falha? Sempre haverá uma opção. Uma direção a tomar. Uma luz a seguir. Uma escolha feita todos os dias.               
Descemos do Mirante, nós quatro, cantando e rindo com a alegria de olhar para todas as luzes da cidade de um ponto de vista privilegiado. Olhamos para todas estas coisas através de Cristo, estamos Nele. A nossa escolha foi feita, preferimos olhar para o alto. Escolhemos olhar para onde Jesus escolheu olhar, adorando a Deus.                                  
Para onde você quer olhar? Qual será a luz que você irá seguir?

“Eu, Jesus, enviei o meu anjo, para vos testificar estas coisas às igrejas. Eu sou a Raiz e a Geração de Davi, a resplandecente Estrela da Manhã.”
(Apocalipse 22.16.)

::Nilma Gracia Araujo
nilmaraujo@hotmail.com      
Membro da I.B.C.V.N e aluna do Seminário Teológico Carisma


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